O "Fazer dos Cestos"

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Depois de algum tempo sem conseguir actualizar o blog, venho agora com uma das riquezas quase perdidas desta aldeia transmontana. O fazer dos cestos...

A tradicional aldeia transmontana caracteriza-se essencialmente por grande parte da população se dedicar à agricultura. Quer seja como meio de subsistência ou como passatempo. Hoje em dia quando se pensa em agricultura pensa-se apenas na parte alimentar que o campo dá. Poucas são as pessoas que partem a lenha no verão para se aquecerem no Inverno, ou que aproveitam as giestas para fazer vassouras. O desenvolvimento económico do país permitiu que, as mesmas pessoas que carregavam a lenha à cabeça ou que eram obrigadas a guardar as giestas para que ninguém as roubasse (hoje em dia as giestas crescem nos montes sem que ninguém se importe), passassem a comprá-la a empresas que vendem a lenha já cortada, e uma vassoura de plástico comprada em qualquer loja, em vez das velhinhas vassouras de giesta.
Tal como estes costumes se perderam no tempo também os cestos, que se utilizavam nas principalmente vindimas, perderam o encanto e a utilidade aos olhos dos agricultores e dos jovens, naturais dessas mesmas aldeias, que não têm interesse em aprender a arte de “fazer os cestos”.
Os cestos eram feitos de madeira de cartinceira que era descascada e feita em lâminas finas. Depois, de maneira a dar forma aos cestos, eram entrelaçadas. Assim nasciam novos cestos e novas canastras para as vindimas, para a apanha da azeitona e também cestinhas para a costura e meia que as senhoras, antigamente, teciam
Como curiosidade, e num à parte, existiam, nessa altura, tecedeiras de lã de ovelha que faziam os tradicionais cobertores dessa lã.
Hoje em dia, ainda existe, pelo menos, um senhor que ainda sabe esta arte que se vai perdendo no tempo e, por todo o país, existem ainda pessoas capazes de ensinar como “fazer os cestos” mas, como já foi referido, não têm quem se interesse pela sua confecção.
Um dia morrerão os idosos e com eles morrerão também estas belas riquezas tradicionais.

Moinhos de Água

quarta-feira, 5 de maio de 2010










"Um moinho de água, ou azenha, é um tipo de moinho movido pela água que permite moer grãos, gerar eletricidade, irrigar grandes áreas e drenar terrenos alagados a partir da força da água.
Esta é a estrutura mais antiga conhecida de aproveitamento da energia cinética das águas dos rios e ribeiros.
Há centenas de anos que o movimento da água é usado nos moinhos. A passagem da água faz mover rodízios de madeira que estão ligados a uma ( pedra granítica redonda muito pesada). Esta, mói o cereal (trigo, milho, cevada, aveia, etc.) transformando-o em farinha."
Na mesma zona que a anta “Pala da Moura, podemos encontrar, ao som leve de água a correr por entre as pedras, a antiga “zona industrial” aqui chamada desta forma pela quantidade de moinhos de água que existem nesse lugar e que, em anos já passados, havia muita vida com carroças carregando os cereais para serem moídos nesses moinhos e outras carroças transportando o resultado dessas moagens.
Noutros tempos, produzia-se muito trigo e centeio para toda a população. Infelizmente, nos dias que correm, o que se verifica é o total abandono das searas.
Era na altura da colheita dos cereais referidos que, estes moinhos de água, ganhavam mais vida e era esse o motivo da existência dos moinhos. Era neles que se dava a fase mais crucial do fabrico do pão, ou seja, a transformação do grão em farinha.
A moagem industrial veio destruir a vida destes moinhos. Já não existem moleiros, nem carroças a correr para esta “zona industrial”. Aos poucos os moinhos foram caindo, por falta de uso, e hoje em dia o único que se mantém “de pé” foi recuperado para que as novas gerações possam conhecer um pouco da nossa história agrícola.
Este moinho recuperado esteve aberto ao público na inciativa da prova do folar há pouco tempo atrás.

Estado Novo e a nossa aldeia






Cá está um monumento que nos faz recuar no tempo e ver como já foi muito mais difícil a vida no nosso país.

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